sexta-feira, março 05, 2010

Ensaio da insensatez.


"Não faz mesmo muito tempo que me decidi a respeito destas inúmeras tentativas de tornar vivo o gosto pela escrita", repetiriam em uníssono os que me ouvem sussurrar planos através de paredes surdas. Naturalmente, congregar simpatizantes dos suspiros desgostosos foi uma de minhas primeiras prioridades - mas basta, deixemos de lado este aspecto comercialista e pouco artístico para que possamos acessar a real razão desta 'empreitada' de letras mil !

E foi sem espera ou aviso prévio, sem ética ou timidez, que acometeu-me hoje tamanha alegria; muito semelhante ao sabor artificial de uma tenda encrustada por estacas e seus astros de pouca luz. E mesmo sem lá estar, mesmo distante daquele núcleo inacessível de suposta felicidade, poderia inferir que tal colosso reservava poucos sorrisos e acrobatas andarilhos sem perspectivas de muito sucesso, vez que há muito os ali presentes não ensaiavam arquear gargalhadas ou remexer-se por fôlego inalcançável.
Mas me justifico agora pela insensatez que instalei no que encabeça este frenesi literário, digníssimo leitor, e segue para sua degustação: tão suntuosa se mostrou esta jubilação que hesitei em dar-lhe o prazer dos relatos de minhas pupilas em dilatação e de um raciocínio desfigurado e trôpego - contudo sugiro que não se incomode por desconhecimento tamanho, visto que para tão banal e imaturo enredo já tens demasiadas críticas venenosas em punho ofensivo.

Hoje alimento idéias, e o faço com estas que se mostram como corpos d'água se ramificando, amadurecendo, virando-se, revirando-se, se desencontrando, reencontrando... ao fim de seu percurso, cortejam o temeroso mar, este representado pelo emaranhado periódico que doo a ti; adornado, claro, por minhas tão negativas reminiscências. Cuida-te, ser humano.

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