Para desanimarmos de tal prosa, basta vermos a confusão de que se seguiu o conceito anterior, que tanto sugere um resquício da exata dose de inconformidade e carência, mas carrega consigo a caracterísitica enfadonha de suplicar e encolher por tamanha vontade de se sentir interessante ou, ao menos, apreciável. Não sou adepto à prosopopeia diária a estes, mas eis que apresento o instante em que ocorreu-me o que devo chamar de Teoria dos Números, uma aparente tolice para os que pouco apreciam tais devaneios, porém de grande valia aos necessitados de uma estrada rígida e retilínea, a qual poderá conduzir a uma estabilidade de caráter e humor os perdidos e desestruturados socialmente.
Convenientemente, tendo em vista o modelo que acabo de ressaltar, percebo meu retorno a um método pouco eficaz, mas que por anos tem sido meu estilo, e não inspirado em um clássico e renomado autor, mas desenvolvido por mera e sagaz necessidade de transmitir essas malditas memórias, que se dão partida por uma ideia fixa, e esta de um amigo, aquele mesmo a que dediquei um artigo - vide 'Omedetou' - o irmão. Viu-me quase morto por meus delírios, e deteve-se por salvar daquele antro de segregação o autor estúpido que escreve a ti, curioso e destemido leitor; ainda não sei se visitas estas breguices textualizadas para contemplar estados deploráveis do ser humano - e até penso em trocar o título deste blog para algo relativo à minha decadência, mas deixo isto para o fim próximo deste.
Como já explicitei o estado em me encontrava naquele dia de calor excessivo e discrepância ideológica, surgiu a mim tal alucinação, que não sou eu o primeiro a descrever, mas um dos; de forma contraditória, pondero ser inútil por ora, e talvez transporte a um anexo qualquer, em uma data qualquer, e por uma importância qualquer, pois assim estaria me afastando do núcleo proposto, que desta vez não ousarei desintegrar por nada, em respeito a meu leitor, o qual curioso ou oportunista deseja ler-me.
Esta medida filosófica que aplico aqui, em verdade, provém de Quincas, que herdou a propriedade de tornar científico o comum, e salientar o que é devido, claro, a vocês, mas com intensidade egocêntrica,pondo que felicito-me com a possibilidade de fazer, pelo simples fato de fazer, a teoria. Trocou comigo algumas dúzias de palavras aquele ser; apontou medos, causas, soluções; crendo eu que subestimava minha capacidade de transmutar em algo racional meu desprezível estado competitivo (e era competitivo), traçei três ou quatro rotas: queria mudar, precisava mudar, e ele, sutilmente, conhecia os meios, as causas e as consequências. E com a mesma sutileza, determinou o epicentro dos meus problemas; ria-se, leitor de entranhas, ria-se, eram os números, e aqueles que acompanhavam as avaliações escolares (maldita e bendita escola!).
Cuido que, a mim, fora uma evolução dinâmica: duas conclusões e uma modificação na conduta, mas acho que de tanto dar voltas para chegar ao fato em si, o abandono à filosofia deu-se concretizado (ou não!) - por que diabos não pode tentar o leitor fazer o que fiz, abdicando, caso tenhas a mesma paranóia que tive há três dias, e encontrar uma filosofia própria, utilizando os meios que me dispus a apoiar ? Seria belo, sem dúvidas ! No entanto, o fim.
O fim, fantástico, foi um literal peso deixado de lado, resguardado em meios aos outros tantos vestígios de delírio. Enfatizo, ainda, a existência de dez números, e a significação deles quando desconsiderados.
Não sei ter sido de grande ajuda, mas acho que tenho um artigo de crédito para compensar esse "lixo literário". Adeus, saprófita das letras.
Seu diálogo com leitor lembra-me claramente Machado de Assis. Sua linguagem é extremamente próxima ao Realismo. VocÊ faz muito bem o que propõe fazer. A estrutura de seu texto é um texto à parte, como em obras de poesia concreta e em Gonçalves Dias. Parabéns mais uma vez.
ResponderExcluirUm abraço de um mero admirador de suas obras em meio a tantos outros.